No final na década de 1950 surgiu um medicamento que proporcionava as mulheres uma suspensão temporária da fertilidade. Não demorou muito para que o primeiro anticoncepcional de via oral, a famosa pílula, ganhasse o mercado, prometendo controle da natalidade e liberdade sexual. Com isso, os contraceptivos são utilizados no mundo todo como uma forma de prevenção da gravidez, tratamento de varias patologias ou para regular a menstruação. Assim como toda medicação, com o passar do tempo e a realização de estudos, o anticoncepcional oral mostrou que, além dos beneficio, ele poderia causar alguns efeitos adversos.

Como funciona o anticoncepcional?

Quando você toma aquele pequeno comprimido, está ingerindo uma combinação de hormônios que vão inibir a sua ovulação: o estrogênio e a progesterona.

O estrogênio é responsável pelas chamadas "características femininas", tais como o crescimento dos seios, distribuição de gordura e surgimento de pelos pelo corpo da mulher, além de preparar o útero para a reprodução. Já a progesterona tem um papel fundamental preparar o útero para receber o feto se ocorrer a fecundação.

Com a ingestão desse hormônios, produzidos sinteticamente (em laboratório), as taxas hormonais no corpo da mulher acabam se elevando mantendo-se constantes, e assim, enviam uma mensagem ao cérebro de que não há necessidade de produzir mais hormônio e como consequência o cérebro para de produzir FSH e LH. O FSH é o hormônio fólico-estimulante e o LH é o hormônio luteinizante, sem esses hormônios o desenvolvimento dos folículos ovarianos são interrompidos e a ovulação não ocorre.

Quais são os principais efeitos colaterais causados pelo anticoncepcional oral?

Glaucoma

Estudos mostram que consumir a pílula por mais de 3 anos dobra o risco do desenvolvimento de glaucoma, que se não tratado, pode danificar o nervo ótico e prejudicar a visão.

Trombose

A trombose se tornou um assunto muito debatido e estudado nos últimos tempos. Hoje possuímos algumas evidências que apontam para a correlação de tromboses com o uso de anticoncepcionais orais, mas geralmente associados a outros fatores de risco como o tabagismo, obesidade, sendentarismo e trombofilias.  A trombose é um distúrbio na coagulação do sangue, levando ao bloqueio do fluxo de sangue de uma ou mais veias.

Toda mulher que faz uso de anticoncepcionais deve ser orientada a respeitos dos sintomas precoces da trombose tais como: dor e inchaço nas pernas ou braços, dores de cabeças súbitas e de forte intensidade, entre outros. É de extrema importância fazer o rápido diagnóstico e  logo instituir o tratamento correto, evitando assim consequências mais graves.

Hipertensão e doenças cardiovasculares

Alguns estudos mostram que o uso de anticoncepcionais orais em pacientes previamente hipertensas pode ocasionar um aumento ainda maior dos níveis pressóricos e consequentemente aumentar o risco cardiovascular.

Todas essas informações podem parecer assustadoras, mas o anticoncepcional é como qualquer outra medicação, apresenta inúmeros benefícios quando usados de forma correta e bem indicados, mas podem apresenta uma pequena chance de efeitos adversos quando usado incorretamente. O ginecologista tem um papel essencial na escolha do melhor método anticoncepcional.

Ainda tem dúvidas quanto ao uso do anticoncepcional oral? Marque uma consulta com os melhores profissionais na Clínica Femini e lembre-se: cuidar da saúde é indispensável para uma vida feliz.